Abstract This article explores the contributions that ethnography and ethnographers can make to understanding governance institutions. Told through the story of a collaborative research project on participatory health governance in the municipality of Cabo de Santo Agostinho in north-east Brazil, we explore how the principles of ethnographic research intersected with other principles: of collaborative enquiry, participatory research and a methodological ethics grounded in the reversal of the conventional relationship between researcher and researched. Picking up on some of the core defining features of ethnography as a methodology, we examine how these came to inform our understanding of the dynamics of politics, power, and participation. In doing so, we reflect on how it is the pliable and improvisational nature of ethnography in practice that contrasts most substantially with the conventional tools of the political scientist and that makes ethnographic encounters so rich and valuable for the study of political institutions.

Resumo Este artigo explora a contribuição que a etnografia e os etnógrafos podem dar para a melhor compreensão das instituições de governança. Através da história de um projeto de pesquisa sobre governança participativa em saúde no município de Cabo de Santo Agostinho (PE), exploramos como os princípios da pesquisa etnográfica se relacionam com outros princípios: de investigação colaborativa, de pesquisa participativa e de uma ética metodológica fundamentada na inversão da relação convencional entre pesquisador e pesquisado. Tomando como metodologia algumas das principais características que definem a etnografia, o artigo examina como elas vieram a informar nossa compreensão da dinâmica da política, do poder e da participação. Ao fazê-lo, refletimos sobre a natureza flexível e, em parte, improvisada da etnografia na prática que contrasta fortemente com as ferramentas convencionais do cientista político e que torna os encontros etnográficos ricos e valiosos para o estudo das instituições políticas.

Resumo Um aparente paradoxo persegue o aumento do empoderamento de mulheres e meninas. O argumento instrumental para “investir nas mulheres” foi colocado de forma persuasiva e brilhante. No entanto, o “caso do empreendedorismo” é sustentado principalmente por pesquisas feministas estruturadas por preocupações materialistas com desigualdade persistente ao invés do propósito de “liberar potencial”, e com transformação estrutural em vez de simplesmente incorporar mulheres em mercados de trabalho sustentados por normas e práticas injustas e discriminatórias. Situo algumas das contradições da atual conjuntura e exploro o papel da análise crítica na desestabilização dos mitos e conflações de gênero que caracterizam o que eu chamo de empoderamento light.

Abstract An apparent paradox stalks the rise of women’s and girls’ empowerment. The instrumental case for “investing in women” has been persuasively and glossily made. Yet the “business case” is primarily underpinned by feminist research framed by materialist concerns with persistent inequality rather than “unleashing potential” and with structural transformation rather than simply the incorporation of women into labour markets underpinned and sustained by inequitable and discriminatory norms and practices. I situate some of the contradictions of the current conjuncture and explore the role of critical analysis in destabilising the gender myths and conflations that characterise what I call empowerment lite.